Quem chegou primeiro tem precedência no sistema familiar.
Entre os irmãos, por exemplo, contamos pela ordem cronológica, os nascidos e os que não puderam nascer.
Os pais vieram antes que você, eles são maiores, os avôs antes que eles, os bisavôs antes e assim por diante.
Um filho que sente dó de sua mãe, pelo destino dela e quer cuidar com a postura de salvador dessa mãe, está se colocando num lugar que não é dele, se coloca como maior, invertendo a ordem e os papéis, isso causa desequilíbrio no sistema familiar e terá consequência para vida desse filho.
Um irmão que não sabe que a mãe teve um aborto antes de seu nascimento e a vida toda considerou-se o primogênito, está fora da ordem.
A filha que inconscientemente faz parceria com o pai, por tanto amor, afinidades e cumplicidade, ela também está fora do seu lugar, esse lugar é da mãe, isso gera emaranhamentos e consequências desastrosas.
Quem considera que seus pais poderiam ter feito diferente, sente que os pais deram pouco e poderiam ter feito muito mais por ele, se coloca numa posição de superior
aos pais, violando essa lei.
Os pais dão o que podem, tiveram seus desafios e deram conta dessa forma, como foi.
Eles erram também, assim como nós filhos, erramos.
Essa lei nos ensina que devemos honrar quem veio antes.
Eu sei que nem sempre é possível ter uma relação saudável com os pais, mas na medida do possível, é importante deixar com eles as histórias que pertencem ao casal.
Sei que existe mães que são tóxicas, pai abusivo, e outras situações bem desafiadoras.
Ainda assim, é importante seguir como filho, no seu lugar de filho(a), honrando a vida que te foi dada.
A vida é muito difícil para quem não consegue tomar seu lugar.
A vida te convida a olhar para os desafios e ressignificar a dor que ainda pulsa aí dentro.
RomoloTavani/Getty Images (RomoloTavani/Getty Images)